Independentemente da ordem e do grau, essa é a marca registrada e indelével desse governo. Contando com a ignorância dos 70% de analfabetos de fato, dos iludidos pelo bolsa-família e similares e, ainda com a mais absoluta certeza da impunidade, esses sete anos e meio de governo do PT foram o que de pior poderia ter acontecido para a economia, o povo e o futuro de Brasil. Resumir todo o festival de barbaridades cometido, em uma coluna ,será algo difícil, senão impossível.
Ao tomar posse em 2003, o atual governo encontrou um país com uma moeda estável, uma Lei de Responsabilidade Fiscal em vigor, o BNDES recuperado, a Petrobrás modernizada, o Banco do Brasil e a CEF fortalecidos, libertados da politicagem e em condições de executarem políticas de interesse do Estado. Além disso o governo anterior, sem alarde, efetuou investimentos no Programa Avança Brasil com muito mais eficiência que o PAC, permitindo a conclusão de um número maior de obras essenciais ao País, obteve ganhos reais com a privatização do sistema Telebrás, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, sem falar nos impostos pagos pela Vale privatizada, muito maiores que os dividendos de quando era estatal, e do salto de qualidade e produção que a Embraer deu após sua privatização. Na área social o governo FHC fez o SUS sair do papel para a realidade, tornou o programa de combate à AIDS uma referência mundial, viabilizou os genéricos, aumentou as equipes de Saúde da Família de pouco mais de 300 em 1994 para mais de 16.000 em 2002, fez, através do programa toda criança na Escola que quase 100% das crianças entre 7 e 14 anos passassem a freqüentar o ensino fundamental além de implementar uma política que hoje assiste a mais de 3 milhões de idosos e deficientes, quando em 1996 eram apenas trezentos mil. Enfim, um país com a economia arrumada, com o Banco Central agindo de forma independente e competente, pronto para aproveitar os bons ventos da economia mundial.
Apesar de tudo isso, a primeira e grande mentira do governo do PT, repetida à exaustão, inclusive por sua candidata , é que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se de dizer também, que o PT combateu o Plano Real até no STF, como fez com a Lei de Responsabilidade Fiscal, assim como não assinou a Constituição de 1988.
Por ter se utilizado de uma política econômica restritiva e de não ter promovido reformas urgentes, como a reforma tributária, a trabalhista e a política, entre 2005 e 2009, enquanto os demais países do BRIC cresceram em média ao ano, a China 10,06%, a Índia 8,02% e a Rússia 7,88%, o Brasil não passou de 3,6%, perdendo uma oportunidade ímpar de evoluir de modo contínuo e sustentável.
Em compensação, cresceu o empreguismo e o aparelhamento do Estado pelo partido no governo atingiu níveis jamais vistos, sequer imagináveis. Enquanto entre 2002 e 2009 a população brasileira cresceu 12%, o número de funcionários públicos passou de 884.000 para 1.037.000, ou seja, cresceu 17% (153.000), com o agravante que, no mesmo período, a folha salarial teve um aumento de 54%, em valores reais (já descontada a inflação de 50% do IPCA). Segundo a FGV os servidores federais recebem hoje, em média, o dobro do que ganham, em funções semelhantes os do setor privado.
Para ajudar a manter a máquina estatal, a gastança sem limites e a corrupção impune, os demais brasileiros trabalham cinco meses por ano só para pagar impostos. Um assalto, que só se mantém pela incompetência e conivência dos políticos de plantão(deputados e senadores), em sua maioria cooptados pelo poder central para compor sua base de apoio no congresso nacional, como pela ignorância e passividade do povo, que por não saber ler ou não ter hábito de leitura, limita-se ao pão e circo do futebol e das novelas, além dos programas oficiais de auto-promoção, ufanismo barato e publicidade paga. A propósito, “nunca antes nesse país” um governo esbanjou tanto dinheiro público em propaganda institucional. Enquanto isso, desde o início do governo Lula, o endividamento do setor público aumentou 840 bilhões de reais, tendo, em dezembro último, ultrapassado a casa dos 2 trilhões de reais, que, para ser mantido, consome os recursos que deveriam ser investidos em educação, saúde e infra-estrutura para permitir o crescimento do Brasil e a geração de empregos capazes de propiciar condições de vida dignas à toda população, especialmente aos 20 milhões de infelizes que dependem da esmola do bolsa-família, o maior programa mundial de compra de votos.
ADALBERTO CAMPELLI ENGENHEIRO
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